Como o laticínio pode apoiar o produtor para melhorar a qualidade sem aumentar custo - Grupo Origen - Mais Leite, Mais Quailidade, Mais rentabilidade
Categoria: Inteligência de Mercado

Como o laticínio pode apoiar o produtor para melhorar a qualidade sem aumentar custo

21 de de 2025

Para muitos produtores, melhorar a qualidade do leite parece sinônimo de investir mais: trocar equipamentos, comprar insumos, ampliar estrutura. Mas a verdade é que a maior parte dos problemas de qualidade nasce de falhas operacionais, e não de falta de recursos.

É exatamente aqui que o laticínio pode, e deve, desempenhar um papel decisivo: ajudar o produtor a melhorar a qualidade sem aumentar custo, oferecendo orientação, padronização, dados e acompanhamento. O resultado é uma cadeia mais eficiente, estável e competitiva.

A pressão por qualidade está aumentando, e o produtor sente o impacto primeiro

Nos últimos anos, a indústria do leite passou por uma transformação silenciosa, mas profunda:

  • Fiscalizações mais rígidas

  • Padrões de CCS/CPP cada vez mais exigentes

  • Concorrência mais acirrada entre laticínios

  • Consumidores mais atentos à qualidade

  • Pressão dos grandes varejistas por segurança e rastreabilidade

Mas, na ponta, é o produtor quem lida diariamente com:

  • queda de produção por mastite,

  • descarte de leite por antibiótico,

  • penalizações por CPP,

  • bonificações não alcançadas,

  • variação de preço mês a mês.

E quando o produtor perde, o laticínio perde junto, seja em rendimento industrial, imagem ou mercado.

Por isso, é interesse direto da indústria apoiar tecnicamente a base produtora.

Como melhorar a qualidade sem aumentar custo? O segredo está no operacional, não no investimento

Mais de 70% dos problemas de qualidade podem ser resolvidos com ajustes de rotina, e não com novos gastos.

Os quatro eixos mais eficientes são:


1. Ajuste da rotina de ordenha (impacto direto em CCS e CPP)

A maior parte dos surtos de mastite e contaminação bacteriana vem de:

  • tetos mal higienizados,

  • pré-dipping inadequado,

  • ordenhador desregulado,

  • mãos do ordenhador contaminadas,

  • falhas na remoção de leite residual,

  • pós-dipping insuficiente.

Todos esses pontos exigem treinamento, não investimento.

O laticínio pode oferecer:

  • vídeos rápidos,

  • visitas técnicas,

  • manuais simples,

  • checklists de rotina.

Pequenas correções técnicas elevam a qualidade em poucos dias.


2. Padronização de processos

Produtores perdem qualidade porque cada funcionário "faz de um jeito".

O laticínio pode fornecer:

  • POPs simplificados,

  • cartazes visuais,

  • orientações práticas para pré e pós-dipping,

  • checklists de limpeza do ordenhador e tanque.

Quando a rotina é padronizada, os indicadores estabilizam e as perdas diminuem.


3. Acompanhamento mensal dos indicadores

O produtor melhora quando entende o que está errado.

A indústria pode entregar relatórios simples:

  • evolução de CCS e CPP

  • temperatura na coleta

  • resíduos

  • volume por dia

  • histórico de bonificação

  • pontos de atenção

Esse acompanhamento evita problemas crônicos e permite corrigir desvios antes que virem prejuízo.

E tudo isso pode ser feito com tecnologia acessível e de baixo custo.


4. Compreensão clara dos critérios de bonificação

Quando o produtor sabe exatamente como funciona o programa de qualidade, ele direciona esforços.
Quando não sabe, ele se frustra ou simplesmente não se engaja.

Uma comunicação clara do laticínio reduz conflitos, melhora relacionamento e incentiva mudanças.

Por que isso NÃO aumenta o custo do produtor, mas diminui

A ideia de que “melhorar qualidade encarece a fazenda” é um mito.

Ao corrigir rotinas de manejo e ordenha, o produtor:

  • reduz tratamentos de mastite,

  • diminui descarte de leite,

  • perde menos produção por CCS alto,

  • evita penalizações,

  • recebe mais bonificações.

Ou seja: melhora a margem sem aumentar despesa.

Do lado da indústria, os benefícios são amplos:

  • menos perdas de rendimento,

  • maior estabilidade do leite recebido,

  • menos risco de descarte por CPP,

  • padronização dos lotes,

  • aumento da competitividade comercial.

Essa relação é ganha-ganha.

A visão de cadeia integrada: o futuro do setor

Em mercados maduros, o papel do laticínio como agente técnico é uma realidade consolidada.

Produtores com suporte:

  • têm menor rotatividade,

  • entregam mais volume,

  • evoluem mais rápido em qualidade,

  • permanecem fiéis ao laticínio que os acompanha.

Enquanto isso, os laticínios reduzem custos na indústria e ganham previsibilidade.

No Brasil, essa integração ainda está em construção, mas já é clara a diferença entre indústrias que investem em suporte técnico e indústrias que apenas compram leite.

As primeiras crescem.
As segundas sobrevivem com dificuldade.

Conclusão: qualidade sem custo é possível quando o laticínio lidera o processo

Melhorar a qualidade do leite sem aumento de investimento passa por:

  • rotina bem-feita,

  • técnica aplicada,

  • acompanhamento contínuo,

  • comunicação clara.

O laticínio que atua como parceiro e não apenas como comprador constrói uma cadeia sustentável, competitiva e rentável — para ambos os lados.

É assim que se cria valor real: com eficiência, orientação e presença.

Leia mais:
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Publicado em: 21/11/2025
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